quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Capitão Nascimento e aqueles outros lá

Finalmente assisti o Tropa Móderfucker de Elite. E te falo que o filme é tão bom que me deu vontade de fazer um post com uma única palavra: phodésimo. Mas vocês sabem que eu sou uma pessoa bem mais prolixa que isso. Então vamos, lá. Se não assistiu o filme, pede pra sair agora, que tu não é caveira e também porque capaz do texto estragar um pouco da surpresa. Aliás, se não assistiu ainda vai lá agora assistir e me faz um limão feliz, ok?
A primeira razão pra gostar do filme, é claro, é o Capitão Naixcimento. O meu sonho agora é pronunciar a palavra “merda” com a merma crasse do home. Sério, esse é o tipo de personagem que você tem a impressão que mais ninguém poderia encarnar com tanta propriedade. Tipo Tom Hank/Forest Gump ou Johnny Deep/Jack Sparrow. O cara conseguiu dar o tom do filme todinho, seja no drama, na violência, no humor. O que falar de um ator que conseguiu produzir uma narração em off tão bacana quanto a de Beleza Americana?
É lógico que falar desse filme é falar das polêmicas que ele levantou. Alguém me recomendou que o filme tinha muito palavrão. Tipo, não que a minha boca seja mais limpa que a de um caminhoneiro, né? Mas puritano ou não, acho que você acaba não reparando muito na boca suja de alguém esfregando a cara de um pleibóizim em um peito baleado/arrebentado/tripasprafora/ensangüentado.
E sabe o quê? Você pode ficar horrorizado e ao mesmo tempo admitir que provavelmente o plei nunca mais voltou na favela depois daquilo. Me atrevo a dizer que ele foi diretinho pros escoteiros depois de limpar as calças. Não sei se a idéia é “fins que justificam os meios”, tá mais pra “é assim que acontece na vida real, tem uma idéia melhor?”. O fato é que o filme não é para fracos de coração nem de estômago.
Pra mim, tudo no filme, principalmente os personagens, é feito pra que você ame e odeie ao mesmo tempo. Não dá pra ficar de um lado e proclamar que aquilo é o certo ou o errado.
Tortura é o pior dos recursos? Ou ela deixa de ser quando um bandido entra na sua casa e põe um cano frio na cabeça do seu filho? Quem entra pro crime não teve escolha, ou não teve vergonha na cara? Ser violento com a mulher é inadmissível ou dá pra botar a culpa nos remédios tarja-preta?
Acho que o maior mérito do filme é justamente deixar todas as perguntas em aberto. E, principalmente, sem respostas fáceis para assuntos tão difíceis. Levantar um debate, sem empurrar nenhuma verdade goela abaixo. Aliás, de uma reflexão mais profunda, acho que a única verdade irremediável é que esta é uma guerra perdida, porque não tem fim e nem vencedores.

Ps: A última cena é do tipo fecha-a-boca-e-para-de-babar-que-já-acenderam-a-luz-do-cinema. Não me lembro de um final de filme tão genial desde Se7en.
Pss: Cereja do bolo mesmo é a amiga saindo do cinema toda empolgada: Que doido, eu também quero entrar pro BOB’S.
Psss: Como cada história tem vários lados, vale conferir o documentário “Falcão – Meninos do Tráfico”. Dá uma olhada nesse trecho aqui e sente o drama.
Pssss: O povo não perde tempo. Se você também ficou fã do Sr. Pede Pra Sair, se joga aqui.

Um comentário:

Anônimo disse...

Perdeu, Perdeu. É mt bom essa "merd........." de filme. Pode "coloca" na conta do Papa, que esse filme mt bom mesmo. Entrei no Blog do Capitão NAscimento e adivinha o que deu: Sou o Aspira Matias, é mole ou "que" mais?. Mt bom seu Post, parabéns. E aos "Playbas" que por um acaso entrem por aqui, um aviso: A Burguesia fede como dizia Cazuza e vc financia diretamente toda aquele horror que acontece nos morros, por isso apague essa merda de baseado agora, e vai ler um livro ou trabalhar, seu infeliz.