segunda-feira, 23 de julho de 2007

Voltei pra tirar as teias de aranha do meu querido blog. Vou tocar num assunto tão em voga por esses dias, o acidente da TAM. Tava assistindo a matéria do Fantástico, por sinal muito bacana, e fiquei pensando num aspecto que sempre tem nesse tipo de tragédia: o fator “inevitabilidade”. Quantas histórias de alguém que se sentiu muito sortudo porque conseguiu entrar no avião no último minuto. Ou a do cara que pegava o mesmo vôo toda semana, mas decidiu não ir por causa do aniversário da filha. Esse é um assunto que sempre fascina, não é mesmo? As grandes ironias da vida, como na minha música favorita da Alanis. Afinal, a nossa vida é cheia de “se’s”. Se eu não tivesse ido àquela festa, não teria conhecido o homem da minha vida. Se eu não tivesse passado no vestibular, não estaria trabalhando onde estou. Se a minha mãe estivesse com dor de cabeça naquele dia... Por aí vai.

O cinema sempre lucra com essa obsessão natural de saber como poderia ter sido o que não foi. Tem um filme altamente recomendável sobre esse assunto, que chama “De caso com o acaso”, com a Gwineth Patrol (sei lá se escreve assim, priguisss de googlar). É legal que o filme mostra a diferença que pegar ou não um trem pode fazer na vida de alguém, ao mesmo tempo que alguns episódios acontecem independetemente de nossas escolhas ou vontades. Eu acredito muito nisso. A gente traça nosso caminho, mas só até um certo ponto. Algumas coisas simplesmente teriam que acontecer, não importa o que façamos. É engraçado que isso soa um pouco confortável, já que às vezes tudo acaba se resolvendo. Mas por outro lado, é ruim pensar que, não importa o que você faça, nunca vai ter realmente o controle da situação. Quer dizer, claro que temos que batalhar pelo que queremos, e não ficar sentado esperando cair do céu. Mas também tem que relaxar um pouco e não ficar a noite em claro preocupado com um problema que não consegue resolver (como eu sempre faço).

Acho que isso também é um dos elementos que fizeram Lost ser uma série tão querida. Em uma tragédia assim, a gente sempre quer saber quem são aquelas pessoas que tiveram suas vidas congeladas para sempre. É isso que Lost nos mostra. Outra coisa que também tem a ver com o seriado é como nossa vida, ou a falta dela, afeta as pessoas ao redor. Imagine só a família que perdeu a vó e as duas netinhas. Os amigos, as colegas de escola, os vizinhos. Quantas pessoas serão afetadas. Eu penso nisso quando lembro que minha família nunca mais foi a mesma depois que a minha Vó, a Matriarca, morreu. E olha que não foi nenhuma tragédia assim, foi velhice mesmo. Se a pista fosse mais longa, se o piloto tivesse conseguido arremeter, se não estivesse chovendo... Só nos resta a incerteza se esse episódio faz parte da categoria destino ou da categoria descaso.
O texto é longo, assim como é a tristeza.

3 comentários:

Anônimo disse...

Mt bom este Post. Realmente, o que seria - o que teria acontecido - o que deixou de acontecer. São perguntas mt frequentes: O que seria se eu não tivesse ficado com a amiga dela?. O que seria se ela não tivesse ido naquele passeio com meus amigos e tivesse desistido como estava em seus planos?. O que teria acontecido se eu não tivesse cantado ela na "cara dura", perto da amiga dela?. O que teria acontecido se eu não tivesse roubado aquele beijo naquela noite ?. O que teria acontecido se ela não tivesse me procurado no dia posterior, à noite, em minha casa ?. O que teria acontecido???????

Limão disse...

Vc não seria tão feliz hj.... hehe

Anônimo disse...

Prepotente heim ?????... risos....