Pérolas de um limão petiz
Eu estava lembrando de umas histórias pitorescas da minha infância.
Cena 1 - Quando eu estava aprendendo a falar, não conseguia pronunciar corretamente o nome do astro-rei. Quando ia falar “sol”, invariavelmente saía “sal”. Eu ficava treinando, mas sempre saía “sssssssssal”. E o pior é que eu lembro desse acontecimento de tanto séculos atrás porque eu ficava toda putinha, porque queria falar direito. Pra vocês verem que eu já era exigente na mais tenra idade.
Cena 2 – Ainda do tempo que eu aprendia as primeiras palavras. Naquela época (ô expressão de velho) não tinha toda essa parafernália tecnológica de hoje. Então limãe, que não tinha filmadora pra filmar minhas gracinhas, queria porque queria gravar a minha voz num k7. Acontece que eu nunca fui dada a estrelismos, então ficava muda como uma folha de acelga quando ela apertava o “prai”. Um dia ela escondeu o gravador e eu soltei a voz. Pensa que eu perdi meu tempo falando? Não Pedro Bó, eu compus uma música em homenagem a um buraquinho que tinha na parede. A letra era genial: “Buiaco YE YE YE, buiaco ya ya ya...” Pra vocês verem que eu era fã de Beatles na mais tenra idade.
Cena 3 – Essa foi com um pouco mais de idade e um pouco menos de lucidez. Teve um dia que tive a idéia mais brilhante de todas. Meu invento ia revolucionar o mundo, ia acabar com a sede no nordeste. Ia facilitar até a ida do homem à lua. Eu fui correndo contar pra limãe com aquela mini-cara de eureca.
-Mãe, olha que idéia fantástica pra levar água pro sertão! É só fazer a ÁGUA EM PÓ!!!
A genitora ri de mim até hoje. O pior que ela não me explicou por que tava rindo e eu só fui manjar muito tempo depois. Pra vocês verem que eu já batia pino na mais tenra idade.